Olhar feminino dá Nobel a Doris Lessing
A escritora, ontem, ao receber a notícia, em Londres, onde vive. Foto: ©Lefteris Pitarakis/Associated Press.
Romancista britânica com obra sobre a relação dos sexos é a 11ª mulher e a pessoa mais velha a vencer em literatura
EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT
Contrariando as bolsas de apostas nos últimos dias na Feira de Frankfurt, que tinham os escritores Philip Roth (EUA) e Amós Oz (Israel) entre os favoritos, a Academia Sueca anunciou ontem que o Nobel de Literatura de 2007 vai para a romancista, contista e ensaísta britânica Doris Lessing, que completa 88 anos no dia 22 - é a pessoa mais velha a receber o prêmio em literatura.
Segundo a Academia, Lessing é uma "narradora épica da experiência feminina, que, com ceticismo, ardor e uma força visionária, investiga uma civilização dividida". A entrega do prêmio está marcada para 10 de dezembro, em Estocolmo. Lessing receberá uma medalha de ouro e cerca de R$ 2,8 milhões.
"Ganhei todos os prêmios na Europa, todos os "malditos'", disse Lessing à imprensa, de Londres, onde vive. "Estou deliciada por ganhá-los. É um "royal flush'", afirmou, referindo-se à seqüência de cartas mais alta do pôquer. "Pessoas que nunca ouviram falar de mim vão comprar meus livros. Agora vou ganhar algum dinheiro."
Lessing é a 34ª mulher a receber o Nobel; a 11ª laureada em literatura. É a segunda vez em três anos que um escritor do Reino Unido leva o prêmio -em 2005, foi o dramaturgo Harold Pinter (o vencedor de 2006 foi o romancista turco Orhan Pamuk). Lessing também já foi indicada três vezes ao Booker Prize, por "Descent into Hell" (descida ao inferno, 1971), "As Experiências de Sirius" (1980) e "The Good Terrorist" (o bom terrorista, 1985).
Doris May Taylor nasceu na Pérsia, hoje Irã. Aos cinco anos, foi viver no sul da Rodésia, então colônia britânica, hoje Zimbábue. Esse período foi descrito em "Debaixo da Minha Pele" (1997), primeira parte de sua autobiografia. Os anos na África e a emancipação da mulher são centrais em sua obra -lançado em 1962, "O Carnê Dourado", como destacou a Academia, foi "uma obra pioneira" que "mostrou a visão no século 20 da relação homem-mulher".
O último lançado no Brasil foi "O Sonho Mais Doce" (2005). A Companhia das Letras lança em breve "As Avós", de 2004, que trata de incesto e lesbianismo. A editora pretende dar novo tratamento aos livros anteriores, tendo em vista títulos que faltam no catálogo, de acordo com o editor Luiz Schwarcz. © 2007 Folha de São Paulo.
EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT
Contrariando as bolsas de apostas nos últimos dias na Feira de Frankfurt, que tinham os escritores Philip Roth (EUA) e Amós Oz (Israel) entre os favoritos, a Academia Sueca anunciou ontem que o Nobel de Literatura de 2007 vai para a romancista, contista e ensaísta britânica Doris Lessing, que completa 88 anos no dia 22 - é a pessoa mais velha a receber o prêmio em literatura.
Segundo a Academia, Lessing é uma "narradora épica da experiência feminina, que, com ceticismo, ardor e uma força visionária, investiga uma civilização dividida". A entrega do prêmio está marcada para 10 de dezembro, em Estocolmo. Lessing receberá uma medalha de ouro e cerca de R$ 2,8 milhões.
"Ganhei todos os prêmios na Europa, todos os "malditos'", disse Lessing à imprensa, de Londres, onde vive. "Estou deliciada por ganhá-los. É um "royal flush'", afirmou, referindo-se à seqüência de cartas mais alta do pôquer. "Pessoas que nunca ouviram falar de mim vão comprar meus livros. Agora vou ganhar algum dinheiro."
Lessing é a 34ª mulher a receber o Nobel; a 11ª laureada em literatura. É a segunda vez em três anos que um escritor do Reino Unido leva o prêmio -em 2005, foi o dramaturgo Harold Pinter (o vencedor de 2006 foi o romancista turco Orhan Pamuk). Lessing também já foi indicada três vezes ao Booker Prize, por "Descent into Hell" (descida ao inferno, 1971), "As Experiências de Sirius" (1980) e "The Good Terrorist" (o bom terrorista, 1985).
Doris May Taylor nasceu na Pérsia, hoje Irã. Aos cinco anos, foi viver no sul da Rodésia, então colônia britânica, hoje Zimbábue. Esse período foi descrito em "Debaixo da Minha Pele" (1997), primeira parte de sua autobiografia. Os anos na África e a emancipação da mulher são centrais em sua obra -lançado em 1962, "O Carnê Dourado", como destacou a Academia, foi "uma obra pioneira" que "mostrou a visão no século 20 da relação homem-mulher".
O último lançado no Brasil foi "O Sonho Mais Doce" (2005). A Companhia das Letras lança em breve "As Avós", de 2004, que trata de incesto e lesbianismo. A editora pretende dar novo tratamento aos livros anteriores, tendo em vista títulos que faltam no catálogo, de acordo com o editor Luiz Schwarcz. © 2007 Folha de São Paulo.
2 Comments:
diante a um post destes..
só sei escrever
eu tenho orgulho em ser mulher..
ela é linda
By Anônimo, at domingo, 14 de outubro de 2007 às 20:33:00 BRST
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By Lily, at terça-feira, 31 de dezembro de 2019 às 05:26:00 BRT
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