Os homens ocos
Foto de David Martins
Hoje o dia está como eu: triste, cinzento... distante. Inquieto. Estou também inquieto. Há momentos em que ficamos estarrecidos com as perplexidades da vida, como eu agora... Então as coisas, as pessoas, os sentimentos, a própria existência, tudo parece ser um grande non sense, um nada para o qual retornamos sempre ao acordar. Lembrei que T. S. Eliot a certa altura escreveu:
Nós somos homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Os pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor,
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessam
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam - se o fazem - não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.
(Os homens ocos, I, 1925. In Poesia, trad. Ivan Junqueira)
Nós somos homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Os pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor,
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessam
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam - se o fazem - não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.
(Os homens ocos, I, 1925. In Poesia, trad. Ivan Junqueira)
1 Comments:
Quando estamos inquietos é que a vida pulula!
;o)
By Lu, at domingo, 31 de dezembro de 2006 às 01:17:00 BRST
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