Ridley Scott estréia 'Blade Runner: The Final Cut' em Veneza
sábado, 1 de setembro de 2007, 22:49
Vinte cinco anos após estréia, nova versão do clássico 'parece ter vida eterna', diz diretor
Eliseo García Nieto, da Efe
Vinte cinco anos após estréia, nova versão do clássico 'parece ter vida eterna', diz diretor
Eliseo García Nieto, da Efe
VENEZA, Itália - Vinte e cinco anos depois da estréia de "Blade Runner" e após quatro versões, o diretor Ridley Scott parece estar satisfeito com a última montagem do filme transformado em mito e que, ao contrário dos robôs humanóides que a protagonizam, os replicantes, parece ter vida eterna. Assim afirmou o cineasta britânico, que completa 70 anos em novembro, na entrevista coletiva de apresentação do filme exibido fora de competição no 64º Festival Internacional de Veneza, ao ser perguntado pelo produtor da edição em DVD, Charles de Lauzirika, se estava contente com o resultado final.
Scott afirmou que ao ver peças publicitárias e vídeos musicais se deu conta que "'Blade Runner' estava tendo uma influência muito forte nas novas gerações". Além disso, "é uma obra artística" que "influiu muito no mundo da moda e também arquitetos de prestígio, que disseram que o filme tinha mudado seus conceitos", acrescentou.
Com o título de "Blade Runner: The Final Cut" (a montagem final), esta versão definitiva foi exibida pela primeira vez neste sábado, em Veneza, em um dia ensolarado e com a praça de São Marcos e as gôndolas a distância. Uma paisagem que não podia ser mais diferente da obscura, caótica e tecnológica Los Angeles do ano 2019 no qual o filme é ambientado, uma mistura de cinema negro e ficção científica existencialista repleta de metáforas religiosas.
Para os que viram a versão anterior, "Blade Runner: The Director's Cut" (a montagem do diretor), de 1992, a nova apresenta pequenas inovações que não alteram o espírito do filme, como ocorreu com o original, de 1982. A versão de 2007 apresenta planos que contribuem para perfilar os personagens e suas relações, especialmente a do policial e a personagem interpretada pela atriz Sean Young, assim como alguns ajustes na inesquecível trilha sonora composta por Vangelis.
Outros planos que nunca convenceram Scott foram retocados graças à tecnologia digital. Entre eles, explicou Lauzirika à agência Efe, estão a inclusão do rosto da atriz Joanna Cassidy na seqüência da perseguição de sua personagem, em que antes era possível perceber a presença uma dublê na cena.
Também foi modificado o vôo da pomba que finaliza o famoso monólogo final do ator Rutger Hauer, presente na entrevista coletiva e cujas "naves em chamas além de Orión" ficaram marcadas na mente de várias gerações. "Poucos trabalhos me deram tanta satisfação e prazer", ressaltou Hauer sobre a produção baseada no romance "Os andróides sonham com ovelhas elétricas?", de Philip K. Dick, sobre um grupo de replicantes - robôs de aspecto humano com vida limitada a quatro anos - que se rebelam e devem ser exterminados por Ford. "É difícil explicar porque foi tão difícil a rodagem", mas o certo é que "quando o filme foi finalizado e foram realizados as exibições prévias, o resultado foi ruim e alguns críticos me massacraram", lembrou Scott.
Os produtores concordaram com Scott em eliminar um plano no qual Ford sonhava com um unicórnio - chave para entender o personagem -, gravar uma locução que explicasse seus pensamentos durante todo o longa e procurar um final feliz. Sobre isso, o diretor de "Alien" afirmou que fez "ajustes porque havia coisas que não funcionavam bem". Em relação ao futuro da sétima arte, o diretor disse não ter idéia dos rumos do cinema e comentou que não é contra a onda de segundas partes de filmes de sucesso em Hollywood, porque "são divertidas, e isto é uma indústria".
Fonte: estadao.com.br.
Foto: studiodaily.com.
Marcadores: Cinema
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