[ breviário de decomposição ]

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

O grito das urnas.

As entranhas da insipiente democracia brasileira urram de dor e se contorcem, buscando forças para expelir o carcoma que se instalou na República. Populismo demagógico e aparelhamento da máquina estatal são constatações menores diante da grande onda de escândalos promovidos por integrantes do Governo Lula e por partidários ligados à cúpula do PT.

Aliás, a realidade que se desvela dos olhos da população estarrecida tem leva à conclusão de que o PT não passa de uma organização criminosa travestida de partido político. Desde que se instalaram no poder em 2003, aqueles que outrora se arvoravam de paladinos da moralidade dão mostras de que o seu discurso histórico deve ser esquecido e sepultado, tudo em nome da sua hegemonia. É esse o grande projeto de perpetuação do PT, que enredou o país com os seus tentáculos sujos e não quer largá-lo, seja a que preço for.

Censura da imprensa, mensalão, mensalinho, caixa dois, dólares escondidos na cueca, malas transportando reais de origem espúria, financiamento irregular de campanhas políticas, lavagem de dinheiro, dança do elefantinho, sanguessugas, a farsa de um dossiê montado... E ele, coitado, não viu nada... não sabia de nada! Zombam da nossa inteligência, ora pois.

Fico me perguntando o que mais deve acontecer, que tipo de escândalo deve explodir para que os cegos, surdos e mudos de plantão acordem... É dada a chance. Pela força do voto, cabe ao povo enxotar essa corja ruim que se assenhorou dos gabinetes e corredores palacianos.

Esse é o caminho dado pelo nosso regime democrático. A outra opção possível, o impeachment, não encontrou eco suficiente entre os meios formadores de opinião, tendo sido taxada por alguns setores alarmistas como sendo uma alternativa golpista, o que obviamente não é verdade. Na era Collor foi bem diferente, lembram? E as notícias tortas daquele tempo parecem brincadeira quando comparadas às que se vê nos jornais nos dias de hoje.

O povo – como destinatário do poder que outorga aos seus governantes –, merece ser respeitado, como também precisa se dar ao respeito, não ser vendendo em troca um punhado de bolsa-alguma-coisa e achando que o papel do Estado é apenas esse e, portanto, tudo está às mil maravilhas. E o Brasil não merece ser tratado como uma republiqueta de terceira categoria. #