[ breviário de decomposição ]

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

até sempre meu amor

Love Transcends, Christopher Lovely, 2006.


"– Meu amor, guardo-te ainda em mim, com a doce memória de quem te deseja em segredo. Queria-te mas não sei como, não sei onde. Preciso-te assim ausente, desaparecido de mim. Despido, nu e cru. Faz-me só amor. Até sempre.

– Faz-me só amor, peço-te. Percorre-me o corpo, adoça-mo. Quero ter-te em mim, sentir-te quente nos meus braços, sentir-te amargo. Percorre-me de ti, apossa-te de mim, do que me resta assim já morta. Toca-me com um dedo, germina-me. Fecha-me os olhos com saliva, prende-me a boca com mar, ata-me os braços de terra e enleia-te nas minhas pernas, transeuntes cansados. Cospe-me a alma, rasga-me o corpo, descobre-me os segredos e desata-me as lágrimas. Cobre-me de cor e diz-me baixinho: até sempre meu amor, até sempre. Olha-me a cantar, degola-me a sorrir. Gasta-me o corpo, mata-mo até ao fim.

– Meu amor, até sempre meu amor. Até sempre…"


Até sempre meu amor, Agripina Roxo.

๑۩۞۩๑

Lindíssimo esse poema, que expressa com perfeição, em palavras e imagens, esse turbilhão de sentimentos que me povoam nesse instante...Ah!, como queria fazê-lo tão real!#

7 Comments:

Postar um comentário

<< Home