Antoine Wiertz: The Suicide, 1854.
No meio da tarde de quarta-feira recebi a notícia da morte de um amigo meu, de Salvador, que não via ou tinha notícias há algum tempo. Cometeu suicídio. Estava passando por sérias dificuldades finaceiras. Não aguentou a pressão, o desespero e uma série de seguidos insucessos. Mandou a esposa e os filhos irem ao aeroporto pegar uma outra filha deles que chegava de Quito, no Peru. Quando chegaram em casa encontraram a cena, ele morto com uma bala estourada na cabeça. Isso foi na última segunda-feira. O enterro foi no dia seguinte. Fiquei embasbacado com o fato, perdido, desconcertado. Porque essa idéia já não me fora estranha. Atacou-me uma puta exaqueca, mas tive ainda que enfrentar ainda mais uma reunião de trabalho e, bastante deprimido, fui pra casa. Não tive vontade de comer nada. Dormi e só acordei hoje. Não me sai da mente a imagem dele colocando o revólver na boca e disparando. O Horror. #
Marcadores: Estados da alma, Obituário
4 Comments:
Não sei que te dizer.. escrever.
...
Já perdi algumas pessoas muito queridas para mim, nenhuma por suicídio...
Muito triste.
Muito mesmo...
...
Espero que enfrentes essa dor com serenidade.
Um abraço grande (hoje maior que o costume) para ti deste lado do AtlÂntico ***
By Estranha pessoa esta, at sexta-feira, 9 de março de 2007 às 02:20:00 BRT
Nossa, meu querido. Não sei o que te dizer sobre isso, não sei em que acredita. Sou totalmente contra o ato - apesar de um dia sim já ter pensado - por questões religiosas e até morais mesmo.
Imagino a barra que essa família está passando (afinal, os problemas continuam existindo, e contam agora com esse terível agravante).
E você, não fique assim. Toda vez que estou muito chateada, infeliz com a vida, com as coisas que não dão certo, eu preciso parar para pensar, ver quais as escolhas que estou fazendo, e aí percebo que ainda tem tanta gente com tantos mais ou piores problemas que os meus. Não que eu vá dormir mais tranquila por saber que o resto do mundo sofre, mas por ver que, às vezes algo que é um problemão pra mim, não é nada perto do sofrer de outra pessoa.
E tem tanta gente por aí sem nada, passando por tanto, e que é feliz.
Talvez por conseguirem enxergar mais longe, por perceberem ser aqui somente uma passagem, não sei. Mas já entenderam alguma coisa que a maioria não entendeu.
Beijo grande, meu querido. Fique em Paz.
By Aleksandra Pereira, at sexta-feira, 9 de março de 2007 às 10:03:00 BRT
Custou-me vir aqui a primeira vez e... mas a vida é assim mesmo.
Dizem que são pessoas fracas as que cometem o suicidio, pois acho precisamente o contrário. Devem ser momentos horriveis quando se está perante esse momento.
Desejo-te tudo de bom e nunca te esqueças de sentir o vento que nos bate no rosto!
Até outro instante
By £ou¢o Ðe £Î§ßoa, at sexta-feira, 9 de março de 2007 às 10:04:00 BRT
lamento. lamento porque compreendo o desepero e a solidão.
nem são pessoas fortes nem são pessoas fracas. são apenas pessoas numa existência que é tão frágil. porque é contra isso que lutamos desde o início, contra o carácter limitado e frágil da nossa natureza.
uma pessoa que conheço está a poucos meses de uma morte atroz e nem sequer o sabe. cancro terminal. e é tão jovem, e vai deixar dois filhos...
agnóstico como sou, gosto no entanto de acreditar que sobrevirá uma condição diferente, mais digna...
um abraço, se é que há abraço que signifique algo.
By Anônimo, at sexta-feira, 9 de março de 2007 às 17:50:00 BRT
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