[ breviário de decomposição ]

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

And the Oscar goes to...


Pôster do Oscar 2007: frases célebres.


O Oscar 2007 mostrou que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas norte-americana teve apenas um objetivo em sua 79ª edição: reparar uma injustiça do passado. Martin Scorsese foi consagrado, ao passo que outros favoritos acabaram praticamente ignorados pelos membros da Academia. Os Infiltrados deu a Scorsese a primeira estatueta de sua carreira e levou ainda as de melhor filme, roteiro adaptado e edição. A noite foi só dele, que conseguiu a façanha de reunir quatro estatuetas (de um total de cinco indicações) em uma noite de premiação marcada pela "pulverização" dos prêmios. Confiram a seguir a relação completa dos ganhadores:

>>Melhor filme: Os Infiltrados, produtor Graham King
>>Melhor diretor: Martin Scorsese, Os Infiltrados
>>Melhor ator: Forest Whitaker, O Último Rei da Escócia
>>Melhor atriz: Helen Mirren, A Rainha
>>Melhor ator coadjuvante: Alan Arkin, Pequena Miss Sunshine
>>Melhor atriz coadjuvante: Jennifer Hudson, Dreamgirls - Em Busca de um Sonho
>>Melhor roteiro original: Pequena Miss Sunshine, Michael Arndt
>>Melhor roteiro adaptado: Os Infiltrados, William Monahan
>>Melhor fotografia: O Labirinto do Fauno, Guillermo Navarro
>>Melhor Montagem: Os Infiltrados, Thelma Schoonmaker
>>Melhor direção de arte: O Labirinto do Fauno, Direção de arte: Eugenio Caballero / Set: Pilar Revuelta
>>Melhor figurino: Maria Antonieta, Milena Canonero
>>Melhor trilha sonora: Babel, Gustavo Santaolalla
>>Melhor canção original: I Need to Wake Up, Melissa Etheridge (de Uma Verdade Inconveniente)
>>Melhor maquiagem: O Labirinto do Fauno, David Marti e Montse Ribe
>>Melhor edição de som: Cartas de Iwo Jima, Alan Robert Murray e Bub Asman
>>Melhor mixagem de som: Dreamgirls - Em Busca de um Sonho, Michael Minkler, Bob Beemer e Willie Burton
>>Melhores efeitos visuais: Piratas do Caribe: O Baú da Morte, John Knoll, Hal Hickel, Charles Gibson e Allen Hall
>>Melhor longa de animação: Happy Feet - O Pinguim, George Miller
>>Melhor filme estrangeiro: The Lives of Others (Alemanha), Florian Henckel von Donnersmarck
>>Melhor documentário em longa-metragem: Uma Verdade Inconveniente, diretor Davis Guggenheim, produtores Laurie David e Lawrence Bender.
>>Melhor documentário em curta-metragem: The Blood of Yingzhou District, Ruby Yang, Thomas Lennon
>>Melhor animação em curta-metragem: The Danish Poet, Torill Kove
>>Melhor curta-metragem: West Bank Story, Ari Sandel #

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domingo, 25 de fevereiro de 2007

Atualizando a biblioteca



Recentes aquisições:

- Selected Works (Col. Literary Classics), Edgar Allan Poe; New York: Gramercy Books, 1990;

- O Fauno de Mármore, Nathaniel Hawthorne; Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992;

- Mansfield Park (Col. Oxford World's Classics), Jane Austen; Oxford University Press: Oxford/New York, s/d;

- Orgulho e Preconceito (Col. Grandes Sucessos), Jane Austen; São Paulo: Abril Cultural, 1982;

- Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf; Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980;

- Sidarta, Hermann Hesse; 42ª ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001;

- O Apanhador no Campo de Centeio (The Catcher in the Rye), J. D. Salinger; 13ª ed., Rio de Janeiro: Editora do Autor, s/d.

- O Ano da Morte de Ricardo Reis (Col. Mestres da Lituratura Portuguesa), José Saramago; Rio de Janeiro/São Paulo: Record, s/d.

Bem, o destaque da lista fica para o O Apanhador no Campo de Centeio, do norte-americano J. D. Salinger. Coincidentemente, na última quarta-feira a minha queridíssima (e sumida) amiga Lu Melo havia publicado no Sincronicidade uma interessante passagem daquele livro (para ler, clique aqui). E o cidadão do mundo (dessa ele vai rir!) Nemo Nox escreveu uma coluna sobre ele no Burburinho (para ler, clique aqui).


Mosaico com a inscrição Imagine feito no Memorial Stawberry Fields Forever, em New York.


O fato é que o livro foi, digamos, "envolvido" no caso do assassinato de John Lennon. A coisa ocorreu mais ou menos assim: na noite de 08.12.1980, quando voltava para o apartamento onde morava em New York, no edifício Dakota, em frente ao Central Park, John foi abordado por um rapaz que durante o dia havia lhe pedido um autógrafo em um LP Double Fantasy em frente ao Dakota. O rapaz era Mark David Chapman, de 25 anos, um fã dos Beatles e de John, que acabou atirando em John Lennon com revólver calibre 38. A polícia chegou minutos depois e levou John na própria viatura para o hospital. O assassino permaneceu no local com um livro nas mãos, O Apanhador no Campo de Centeio. John morreu após perder muito sangue, aos 40 anos de idade. Logo após a notícia da morte de John Lennon, que correu o mundo, uma multidão se juntou em frente ao Dakota, com velas e cantando canções de John e dos Beatles.

O assassino foi preso, pois permaneceu no local. Em seu julgamento alegou ter lido em O Apanhador... uma mensagem que dizia para matar John Lennon. Acabou sendo condenado à prisão perpétua.

Após a morte de John, foi criado um memorial chamado Strawberry Fields Forever no Central Park, em frente ao edifício Dakota. #

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Oscar 2007



Logo mais à noite teremos a 79ª Annual Academy Awards, ou o Oscar 2007. Façam suas apostas! Clique aqui para acessar à lista nominal completa dos concorrentes, por categoria. #

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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Letters from Iwo Jima



Ontem fui asistir no cinema Letters from Iwo Jima (Cartas de Iwo Jima, EUA, 2006), o lado B da saga contada pelo diretor Clint Eastwood a partir de Flags of our Fathers. Na verdade, deveria ser o lado A da estória. Ou da História. Tudo vai depeder das perspectiva. Forte candidato ao Oscar deste ano, recebeu 4 indicações: Melhor Diretor, Melhor Filme, Melhor Edição de Som e Melhor Roteiro Original. Letters... ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, além de ser indicado na categoria de Melhor Diretor.

O roteiro é baseado no livro Pictures Letters From Commander In Chief, com cartas do general Tadamichi Kuribayashi, compiladas na publicação por Tsuyoko Yoshida. Juntas, revelam características pessoais de alguns dos envolvidos no conflito em Iwo Jima, especialmente o general, interpretado por Ken Watanabe (O Último Samurai). A história do filme, portanto, é contada principalmente pelo ponto de vista do militar, destacado para comandar os soldados que defenderiam a ilha japonesa da invasão norte-americana. Ele revela em sua correspondência suas ansiedades e um pouco dos acontecimentos durante o mês que esteve no local defendendo sua pátria.

Junho de 1944. Tadamichi Kuribayashi, o tenente-general do exército imperial japonês, chega na ilha de Iwo Jima. Muito respeitado por ser um hábil estrategista, Kuribayashi estudara nos Estados Unidos, onde fizera grandes amigos e conhecia o exército ocidental e sua capacidade tecnológica. Por isso o Japão colocou em suas mãos o destino de Iwo Jima, considerada a última linha defesa do país. Ao contrário dos outros comandantes Kuribayashi moderniza o modo de agir, alterando a estratégia que era usada. Ele supervisiona a construção de uma fortaleza subterrânea, feita de túneis que davam para as suas tropas a estratégia ideal contra as forças americanas, que começam a desembarcar na ilha em 19 de fevereiro de 1945. Os japoneses sabiam que as chances de sair dali vivos eram mínimas. Enquanto isto acontece Kuribayashi e outros escrevem várias cartas, que dariam vozes e rostos para aqueles que ali estavam e o relato dos meses que antecederam a batalha e o combate propriamente dito, sobre a ótica dos japoneses. (Adorocinema).

Ficha Técnica:

Título Original: Letters from Iwo Jima
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: iwojimathemovie.warnerbros.com/lettersofiwojima
Estúdio: DreamWorks SKG / Warner Bros. Pictures / Malpaso Productions / Amblin Entertainment
Distribuição: Warner Bros. / Paramount Pictures
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Iris Yamashita, baseado em livro de Tadamichi Kuribayashi e em estória de Iris Yamashita e Paul Haggis
Produção: Clint Eastwood, Steven Spielberg e Robert Lorenz
Música: Kyle Eastwood e Michael Stevens
Fotografia: Tom Stern
Desenho de Produção: Henry Bumstead e James J. Murakami
Figurino: Deborah Hopper
Edição: Joel Cox e Gary Roach

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Smultronstället


Foto: Louis Huch © AB Svensk Filmindustri.


Ontem assisti em DVD Smultronstället (Morangos Silvestres, Suécia, 1957), uma obra-prima dirigida pelo mestre Ingmar Bergman, que também assina o roteiro. Com Victor Sjöströn, Bibi Anderson, Ingrid Thulin, Gunnard Björnstrand. Música de Erik Nordgren, fotografia de Gunnar Fischer, direção de arte de Gittan Gustafsson e produção de Allan Edelund. O filme venceu o Globo de Ouro (Melhor Filme Estrangeiro), o Urso de Ouro de Berlim (Melhor Filme) e recebeu uma indicação ao Oscar (Melhor Roteiro). Isak Borg, um velho professor de medicina que reavalia a sua vida enquanto viaja para a universidade em que se formou para receber um título. Na noite que antecipa a viagem, ele tem um pesadelo que o confronta com a realidade da morte. No dia seguinte, pega a estrada acompanhado da nora Marianne, em crise com seu marido Evald, que parece carregar a mesma amargura do pai. Durante a viagem, Victor recorda sua vida e compara sua história com as pessoas que cruzam seu caminho - um casal em crise, um grupo de jovens cheios de energia e esperança. Entre os jovens está Sara, que aos olhos de Victor simboliza o amor de sua adolescência e o remete ainda mais ao passado. O impacto de antigas lembranças leva o médico a um estado onírico. Entre o passado, o presente e a imaginação, Victor abandona as angústias e experimenta uma nova comunhão com a vida. #

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A execução


Goya, No se puede mirar, Desastres.


Esta noite fui novamente agraciado com as lembranças de outro sonho esquisito. Do que eu me recordo restaram apenas os fragmentos que passo a narrar.


Goya, Con razón ó sin ella, Desastres.


Era um cenário onírico, com todas as assincronias que lhe são inerentes. Estávamos numa prisão, situada na torre de uma espécie de castelo, no alto da montanha mais alta que se afigurava no horizonte. Eu era o carrasco. Já havia sido um prisiorneiro e para comutar a minha pena, a mando de alguém tinha de executar os condenados. Estavam ali a minha mãe, que me dava a ordem fatal, e a mais velha de minhas irmãs, que possuía a lista dos prisioneiros eleitos.


Goya, El 3 de Mayo (1814), Madrid, Museu do Prado.


Minha mãe anunciava, em tom solene que lista havia chegado. Eu titubeava, e ela, impaciente, ordena "Prepare sua arma que a execução deve se inciar". E completou "Faça o que tem de ser feito". Impávido, eu permaneceia reflexivo. Com a lista nas mãos, de relance eu passava sobre ela os olhos e percebia que os cinco nomes ali escritos eram de antigos amigos. Mas preferia não associar aqueles nomes aos seus donos, ao que foram ou ao que representaram para mim. Em silêncio, devolviaa lista à minha irmã. Estava ainda mais inquieto.


Édouard Manet, Exécution de l’Empereur Maximilien(1867), Mannheim, Städtische Kunsthalle.


Saí do cômodo nos encontrávamos. Subi e desci escadas, preparei o fuzil e fui ao encontro dos prisioneiros. Simulei tiros e retornei. (Acho que acabei libertando os prisioneiros, mas não me lembro o certo disso). Disse a elas que estava feito, mas logo perceberam o engodo. Ficaram desesperadas com as conseqüencias do meu ato - especialmene minha mãe. Sentado, de cócoras e cabisbaixo, disse-lhes que não poderia tê-los executado. Não sei o porquê.


Pablo Picasso, Massacre en Corée (1951), Paris, Musée Picasso.


Acordei. Até agora me pergunto qual o significado de tudo isso. Qual a relação desse sonho bizarro com o anterior, não menos estranho, se é que há alguma? Quem saberá...?

[Origem das estampas de Goya: PAAS-ZEIDLER, Sigrun, Goya. Caprichos, Desastres, Tauromaquia, Disparates. Reproducción completa de las cuatro series, Barcelona, Gustavo Gili, 2001.]#

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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

A la recherche du temps perdu


Cat and Gramophone, by Colin Ruffell.


Quando a radiola começou a tocar Wigwam, senti que de repente viajava no tempo... Recordei de minha infância querida, e fui tomado por sensações que até então estavam perdidas em algum lugar da memória mas que naquele instante brotavam subitamente, embaladas pela cadência dos acordes, remetendo-me a um tempo perdido e reconstituindo um instante da minha vida que já se foi. Ao fim, restou-me o vazio da incompletude. #

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domingo, 18 de fevereiro de 2007

Ela


Inesquecível cena do filme O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet, Suécia, 1956, com roteiro e direção de Ingmar Bergman), em que Antonius (Max Von Sydow) encontra a Morte, que o desafia para uma partida de xadrez.


Esta noite aconteceu algo raro: sonhei. E logo com quem... Com ela mesma, a Morte. E quase a encontrei mesmo. As imagens que me recordo são vagas e imprecisas. A seqüência dos acontecimentos também. No sonho, haviam amigos meus de outrora e por alguma razão todos eles estavam mortos ou morrendo naquele instante. Então eu ia junto com eles, me afogando ou sufocando. Acho que era uma espécie de afogamento coletivo, mas não tenho muita certeza disso porque não me recordo direito de realmente haver água no sonho. Mas também poderia haver, não sei... Lembro-me que, como os outros, eu tinha de morrer, eu precisava morrer. Então, com naturalidade e resignação, me sujeitava à força dos acontecimentos, ao meu fatídico destino. Ela, a Morte, estava lá me chamando e eu queria atender ao seu sinistro apelo. Pensando bem, acho que havia água sim no sonho, porque agora me vem à lembrança que eu não queria ter os meus pulmões cheios d'água (eca!, sempre tive horror a isso), então deveria segurar firme a respiração até morrer. E como estava sendo fácil! Creio que eu morria e possuía consciência da minha morte, que estava morto. (Ou chegava muito próximo disso). Nesse instante, por alguma razão me veio à cabeça a idéia de que tinha de voltar, que não poderia me entregar assim, pois tudo era apenas um sonho. E se continuasse sem respirar como de fato estava fazendo, sufocaria. Então voltei a respirar normalmente e acordei no meio da madrugada. Não acordei assustado, mas tive ciência da Morte e do seu reino. E ela parecia estar rondando bem perto. #

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Folia


Pierrô e Colombina, óleo sobre cartão, 41x31cm, 1922, acervo de John Graz, Gomide.

Soneto de Carnaval

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrando uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.

Oxford, carnaval de 1939

Vinicius de Moraes (13.10.1913 - 09.07.1980), Antologia Poética, Cia. das Letras, p. 142-143. #

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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Vazio


Foto de Grace Oda.


Um desconcertante vazio me invade e atormenta. #

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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

A Conquista da Honra



Ontem fui assistir no cinema Flags of our Fathers (A Conquista da Honra, EUA, 2006), produção dirigida por Clint Eastwood, baseado no livro homônimo publicado em 2000 e escrito por James Bradley e Ron Powers. Indicado aos Oscars de Melhor Som e Edição de Som (indicação justa), e ao Globo de Ouro de Melhor Diretor. O filme mostra a história real dos seis soldados que ergueram a bandeira norte-americana na batalha de Iwo Jima, decisiva na Segunda Guerra Mundial. A produção foca os dramas vividos por alguns membros do exército norte-americano que estiveram presentes na ilha japonesa e, após erguerem a bandeira, seguiram numa espécie de turnê nos EUA a fim de angariar fundos para conseguir manter o exército do país no Japão, continuando o conflito mundial. Num segundo filme que o próprio Eastwood produziu e dirigiu concomitantemente este, Letters from Iwo Gima (Cartas de Iwo Jima, que estreia nos cinemas neste fim de semana), falado em japonês, é contado o outro lado da história. #

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domingo, 11 de fevereiro de 2007

O ofício


Clarice no final dos anos 1950, após se separar do marido. Foto: acervo de Paulo Gurgel Valente.


"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só queria ter o que eu tivesse sido e não fui."

Clarice Lispector (10.12.1920 - 09.12.1977), A Hora da Estrela, Rocco, p. 21. #

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sábado, 10 de fevereiro de 2007

Sonho de consumo realizado


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Atualizações

Notei que há um tempinho não posto as últimas aquisições de livros, cd's e dvd's. Estou me redimindo agora.

Livros:

- À sombra das maiorias silenciosas (o fim do social e surgimento das massas), Jean Baudrillard, Brasiliense;
- Cultura de massas no século XX: neurose (O espírito do tempo, vol. 1), Edgar Morin, Forense Universitária;
- Cultura de massas no século XX: necrose (O espírito do tempo, vol. 2), Edgar Morin, Forense Universitária;
- Rua de mão única (Obras escolhidas, vol. II), Walter Benjamim, Brasiliense;
- Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo (Obras escolhidas, v. III), Walter Benjamim, Brasiliense;
- A Hora da Estrela, Clarice Lispector, Rocco;
- Uma Vida em Segredo, Autran Dourado, Rocco;
- A Ciociara, Alberto Moravia, Círculo do Livro;
- Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago, Cia. das Letras;
- O Homem Duplicado, José Saramago, Cia. das Letras;
- Ensaio sobre a Lucidez, José Saramago, Cia. das Letras;
- Antes do Baile Verde, Lygia Fagundes Telles, Rocco;
- As Horas Nuas, Lygia Fagundes Telles,Rocco;
- A Mulher que Amou Demais, Myrna (Nelson Rodrigues), Cia. das Letras;
- Satyrincon, Petrôno, Crisálida.

CD's:

- Autoban, Kraftwerk (1974);
- Disco, Pet Shop Boys (1986);
- Disco 2, Pet Shop Boys (1994);
- Nightlife, Pet Shop Boys (1999);
- Disco 3, Pet Shop Boys (2002);
- Fundamental, Pet Shop Boys (2006);
- Hits! - The Very Best of Erasure, Erasure (2003);
- Union Street, Erasure (2006)
- In Time - The Best of R.E.M 1988-2003, R.E.M. (2003);
- The Singles 1984-2004, A-Ha (2005);
- Music fron the Motion Picture Pulp Fiction (collector's edition), vários (2002);
- Original Motion Picture Soudtrack Miami Vice, vários (2006);
- Volume II, Choro Ensemble (2006);
- Mensagem 1 - Fernando Pessoa (músicas de André Luiz Oliveira), vários (1996)
- Mensagem 2 - Fernando Pessoa (músicas de André Luiz Oliveira), vários (2004)
- W. A. Mozart - Synphonies nºs 39 KV 543 & 40 KV 550, Nova Filarmônica Portuguesa, regência de Alvaro Cassuto (1992);
- W. A. Mozart - Eine Kleine Nachtmusik / Overtures / 6 German Dances, Nova Filarmônica Portuguesa, regência de Alvaro Cassuto (1992);
- Famous Opera Choruses - Aida / Nabuco / Il Trovatore / I Pagliacci / Cavalleria Rusticana / Don Pascoale / Die Meistersinger von Nürnberg / The Bartered Bride / Ivan Susanin / Consortium Musicum Ljubljana, Radio Synphony Orchestra Ljubljana, regência de Marko Munih (1992);
- The Complete Verve Studio Master Takes (box set - original recording remastered), Billie Holiday (2005).

DVD's:

- Dogville, direção e roteiro de Lars von Trier (França, 2003);
- Montage - The Night Life Tour, Pet Shop Boys (2001);
- Perfomace - The Classic 1991 Live Show Enhanced, Pet Shop Boys (2004).

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O transgressor



Song of Myself, poem 20

Who goes there? hankering, gross, mystical, nude;
How is it I extract strength from the beef I eat?

What is a man anyhow? what am I? what are you?

All I mark as my own you shall offset it with your own,
Else it, were time lost listening to me.

I do not snivel that snivel the world over,
That months are vacuums and the ground but wallow and filth.

Whimpering and truckling fold with powders for invalids, conformity goes to the fourth-remov'd,
I wear my hat as I please indoors or out.

Why should I pray? why should I venerated and be ceremonious?

Having pried through the strata, analyzed to a hair, counseled with doctors and calculated close,
I find no sweeter fat than sticks to my own bones.

In all people I see myself, none more and not one a barleycorn less,
And the good or bad I say of myself I say of them.

I know I am solid and sound,
To me the converging objects of the universe perpetually flow,
All are written to me, and I must get what the writing means.

I know I am deathless,
I know this orbit of mine cannot be swept by a carpenter's compass,
I know I shall not pass like a child's carlacue cut with a burnt stick at night.
I know I am august,
I do not trouble my spirit to vindicate itself or be understood,
I see that the elementary laws never apologize,
(I reckon I behave no prouder than the level I plant my home by, after all.)

I exist as I am, that is enough,
If no other in the world be aware I sit content,
And if each and all be aware I sit content.

One world is aware and by far the largest to me, and that is myself,
And whether I come to my own today or in ten thousand or ten million years,
I can cheerfully take it now, or with equal cheerfulness I can wait.

My foothold is tenoned and mortised in granite,
I laugh at what you call dissolution,
And I know the amplitude of time.

Walt Whitman (31.05.1819 - 26.03.1892), Song of Myself, Rio de Janeiro: Imago; São Paulo: Alumni, 2000, p. 37-39). #

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Um balanço necessário

As férias acabaram. Realmente é uma pena. Já de volta à casa, cabe-me agora retomar a rotina diária: afazeres domésticos, trabalho e um esparso lazer. Ah!, e às vezes, dormir... Sim, como todo ser vivente necessita de descanso, não sou uma exceção: também preciso dormir. Mas isso apenas quando o sono vier, o que nos últimos dias tem sido bastante raro.

Fazendo uma avaliação, estas férias foram muito boas. E como! Serviu-me para fazer algo tão simples, mas que pelos mais diversos motivos era-me estranho há incontáveis anos. Descansar. Me desligar de tudo e de todos, inclusive de mim. Rever pessoas amigas e queridas, afastadas pelo fio dos anos e pelas escolhas feitas na vida. Andar pelas ruas depreocupado, sem pensar em nada. Despreocupadamente. Sentindo apenas o hálito quente do sol, espalhado pela brisa das tardes ribeirinhas e praianas. Dormir... sim, dormi como nunca. E como foi bom! Será essa a razão de tanta insônia??!

Por opção, não quis contato com nada ou ninguém que fizesse me lembrar a "vida normal" que tenho aqui e para a qual retorno agora. Necessitava me afastar de tudo disso, e o fiz, sem qualquer sentimento de culpa. Haveria algo de errado nisso? Parece que alguém pensa que sim. Lamento... Mas o que posso fazer? Me redimir por ter me dado o direito de viver momentos que me foram tão caros? Não creio que isso seria justo para comigo.

Bem, com mais essa etapa concluída, com uma série de ponderações feitas e conclusões alcançadas, resta-me agora seguir na trilha que me levará à (re)construção de mim mesmo.#

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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Sentimento do mundo.


Urubus no céu do Rio. Foto de Daniela Goulart.


Pior do que a insônia, a ressaca de sono no dia seguinte. Mas por ora a desolação reina sólida, forte e imberbe, rasgando uma alma inquieta e atormentada por emblemáticos fantasmas que teimam em não descansar.#

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Sonolento, chato, irritadiço, impaciente. E com uma puta enxaqueca, a quem credito tudo isso (e espero que pare por aí).#

O polêmico da corte.




Morto há 10 anos, Paulo Francis (30.09.1930 - 04.02.1997) marcou o jornalismo brasileiro com seu estilo cáustico e provocador.#